sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Capitulo 55

Estava irritada, quem ele pensa que é? Pensará que eu sou uma fã daquelas que o segue para todo o lado?

primeiro salvei-o depois no bar, mais tarde no colombo e agora em pleno relvado? o bom daquilo tudo é que me reconheceu.

Felizmente ao abandonar o relvado o Dr. chamou-me para nos dirigir-mos à enfermaria novamente para fazer-mos os relatórios finais.
Até àquele instante estava a ter uma experiência óptima e bastante importante no meu curriculum, mas a entrada no relvado acabou com as minhas ilusões.
Não sei se conseguiram marcar o livre ou não, mas também já não me importava, apenas queria acabar aqueles relatórios e desaparecer.

- Estás bem querida? pareces triste - notou o Dr. e uma vez mais, estava correcto, mas como era óbvio não iria confessar.

- Não, como posso estar triste depois de uma experiência destas?- menti - estou é cansada.

- Vamos terminar estes relatórios e estarás dispensada - disse-me acariciando-me o cabelo.

- Portaste-te muito bem hoje, apesar do trabalho ter sido da cruz vermelha, mas o que fizeste, apoiar e tranquilizar o jogador (Merda de jogador - pensei) é outras das funções de um profissional de saúde, manter a calma. - felicitou

- Obrigado, nunca lhe vou conseguir agradecer o suficiente tudo o que tem feito por mim...

- só sê o que tu és, uma boa rapariga e sabes que eu gosto muito de ti

- eu adoro-o, está a tornar os meus sonhos realidade.

Terminámos os benditos relatórios e por fim podia sair dali. Abracei o Dr. e despedi-me. Também o informei que se, por algum motivo precisasse de mim para as mesmas circunstâncias que estaria disponível, queria repetir. Tinha de o compensar por aquele carinho todo, ainda não sabia nem queria pensar nesse assunto, naquele momento, queria sim, chegar a casa o mais depressa possível.

Apanhei um taxi à saída do estádio e em menos de 15 minutos estava à porta do meu prédio. A Amanda estava em casa, fui ao seu quarto e antes de entrar vi que a porta estava fechada por completo, o que não era normal, pus o ouvido atrás da porta e ouvi ruidos, risos e falas... estava acompanhada e não interrompi, fiz o menos barulho possível e fui até ao meu quarto, precisava urgentemente de vestir o meu pijama e deitar-me, pelo menos a dormir não me lembraria do pesadelo que tinha sido esta noite.

Leire a ouvir atrás da porta do quarto de Amanda

:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::: VISÃO DO RODRIGO:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::

Estavamos no aquecimento, uma noite linda e casa cheia, aproximava-se um espectáculo óptimo de futebol. Começa a partida e eu era suplente, a equipa estava bastante bem, ganhávamos e estávamos tranquilos em termos de resultado, apesar do adversário estar bastante ofensivo e a criar problemas em diversas ocasiões. Acabou a primeira parte e o mister mandou-me aquecer porque iria entrar no segundo tempo.

O jogo retomou de novo, entrei em campo e ver e ouvir aqueles adeptos a gritar pela tua equipa é deveras fantástico e motivante. Estávamos bastante ofensivo, naquele dia, eu e o Cardozo entendia-mos muito bem. O jogo era perfeito, daquelas noites em que nada na segunda parte falhou, a posse de bola foi quase competa, adeptos e jogadores eufóricos.

Estava quase a acabar a partida quando, à entrada da área sofro uma falta, tive de fazer ''fita'' e lá consegui arrancar um cartão amarelo para o adversário. Pedi para mandar entrar a equipa médica, mas no fundo tinha mesmo sofrido com aquele acto, estava a sangrar do sobrolho e não me tinha dado conta, só quando tirei a mão da cara, já a cruz vermelha estava próxima de mim.

Enquanto me faziam o curativo, ouvia uma voz feminina tentando acalmar-me, bastante calma e serena, voz linda e doce, mas não sabia a quem pertencia, estava de costas para ela, apenas via os meus colegas cochicharem e rirem-se.

Depois do curativo feito, vi o Luisão ajudar a levantar uma rapariga linda, aquela cara era-me conhecida, desejei tanto vê-la novamente, só não sabia onde ou como procurar, mas ali, à minha frente, fiquei perplexo e nem sabia o que fazer ou dizer, apenas me saiu - TU?

Ela olhou-me com ar de desagrado e abandonou o relvado, como pude eu dizer isso? podia ter-lhe dito que queria falar com ela, que a tinha encontrado depois de várias tentativas falhadas, mas não só fiz pior e podia não voltar a vê-la mais... já sabia que integrava na cruz vermelha, tinha de saber de onde é que ela era.

Voltei ao jogo, Bruno César falha o livre e logo de seguida foi dado o apito final da partida. De imediato olhei para o banco onde costuma estar a cruz vermelha, mas já não havia sinal dela. Dirigi-me aos elementos que ainda restavam.

- Sabem-me dizer quem é a rapariga que estava convosco? - perguntei

- Não conhecemos, mas já foi embora há uns minutos.

- Não pertence à corporação?

- Não, nunca a tinha visto, certamente pertence a uma equipa privada de saúde que tem autorização do nosso comandante para incorporar no grupo.

- Ah ok, obrigado - agradeci e ao mesmo tempo ofereci a minha camisola àquela amável mulher e abandonei o relvado em direcção ao balneário.

Voltava à estaca zero, não sabia quem era nem de onde era e ainda menos como tinha ido parar ao estádio e com a cruz vermelha sem que alguém a reconheça. Não me iria render! tive tantas oportunidades e nenhuma aproveitei.

Entrei no balneário e ouvi comentários dos meus colegas acerca daquela mulher que me enfeitiçou desde França.

- Era linda e o nosso capitão teve de intervir a ajudar a dama a levantar-se - gozou Garay

-Se soubesse que tinhamos socorristas assim, tinha-me atirado para o chão muitas vezes e mais cedo - continuou Matic

Muitos mais surgiram mas eu não ouvi, apenas fui tomar banho e vesti-me o mais rápido que pude para sair dali até casa. Tinha de encontrar uma maneira de encontrá-la, mas não sabia ainda como...

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