segunda-feira, 15 de outubro de 2012

capítulo 43

Estava irritada mas o meu profissionalismo falou mais alto. Não puxei assunto com nenhum dos atletas.

- Queres fazer uma pausa, Leire? - Perguntou o Dr. depois de mais de metade do plantel já ter realizado exames.

- Não Dr. Vamos terminar, se não se importar.  - Disse

- Não devias trabalhar tanto, estou preocupado contigo, sabes que se precisares de alguma coisa, podes contar comigo, não sabes?

- Sei sim. Agradeço imenso a sua disponibilidade. Não se preocupe  este assunto ficará resolvido em breve - Respondi

Estava desejosa (e ao mesmo tempo, não!) que o dia terminasse. Estava farta daqueles olhas e dos falatórios pelos cantos dos corredores.

Em menos de meia-hora os atletas tinham os exames feitos e sentí-me orgulhosa de ainda estar a aprender a área, mas as minhas experiências e cursos fizeram com que conseguisse desempenhar funções de licenciados com sucesso.

Assim que terminei os exames aos atletas de andebol, o Dr. joão dispensou-me. Fiquei a falar com ele sobre assuntos de cardiologia, deu-me alguns conselhos e garantiu-me que me iria chamar para mais trabalhos de cardiologia, assim que se justificasse.

- vejo grande futuro em ti e sei também que tens muito para aprender, mas também sei que já sabes muito e é disso que eu preciso. A nossa cardiologista está grávida e, como sabes, algumas vezes poderá não comparecer, assim que, ficas aqui na minha lista prioritária para a substituíres, seja por um dia, por uma semana ou até pelo período de maternidade. Vou falar com o presidente Luis Filipe Vieira para que autorize chamar-se assim que for preciso. És uma excelente miúda e acima de tudo lutadora, quero que tires desta instituíção, que tanto admiras, o máximo de experiências e aprendizagens possíveis

- Não sei como lhe agradecer, você tem sido como um pai para mim. O meu já não o vejo há quase um ano e tê-lo aqui, protegendo-me, faz com que me sinta menos sozinha e abandonada - Aqueles sentimentos que vinham de infância surgiram, não que os meus pais me tenham abandonado, mas ás vezes os bens materiais não nos preenche por completo. Eu adoro-os, mas sempre achei que deviam ter-se focado menos no trabalho e mais na família.

- Eu nunca quis ter filhos devido à minha profissão, mas hoje, olhando para ti, vejo aquilo que sempre desejaria numa filha, com educação e valores que, hoje em dia há pouca juventude com eles. - disse emocionado.

Fiquei com a sensação que tanto como eu, vivia longe dos pais e com saudade te ter uma familia normal, o Dr. por sua vez tinha aquele pequeno ''trauma'' de nunca ter constituído essa família.

- Pode orgulhar-se de ser um médico conceituado e pense positivo que, se calhar se tivesse família nunca se tinha entregado de corpo e alma à sua profissão.

- lá isso é verdade minha querida. - concordou.

Despedi-me dele com um abraço forte e prometendo voltar, nem que seja para apoiar o Benfica num jogo em casa.

Abraço entre o Dr. e a Leire

Fui embora para casa, precisava descansar e preparar o dia seguinte que, voltaria de novo à Universidade. A pauta das notas do estágio seria enviada para o e-mail da formadora principal do curso.


1 comentário:

  1. Olá :)

    Amei, tá lindo. Quer muito o próximo e rapido sff.

    Beijinhos
    Beatriz

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