terça-feira, 13 de novembro de 2012

Capitulo 54

Em menos de 5 minutos o Dr. João juntou-se a mim na praça centenário. Fomos directos à garagem para entrar-mos para uma sala onde estavam os materiais que iria utilizar no jogo. Tinha de tudo um pouco, fantástico!

O Dr. alertou-me e informou-me da melhor maneira de entrar em campo, porque os árbitros são muito rigorosos.

Resumo das dicas: Sempre que fosse necessário a intervenção da equipa médica eu teria de entrar em acção.

Estava em êxtase, queria aproveitar aquela experiência ao máximo e nem os meus pensamentos me iriam afectar.

Despedi-me dele e combinámos no parque de estacionamento subterrâneo às 20.15h.

Fui até ao Colombo almoçar, quer dizer... Lanchar, porque com aquela ''reunião''já passava das 17.00 horas. Dirigi-me ao último piso e comer no meu restaurante favorito ''Taste of India''.

teste of India - colombo

Apenas a 1 hora e 30 minutos do apito inicial, queria sair dali e apanhar o metro até casa. ia em ''alta velocidade'' quando deparo com uma roupa linda e perfeita na montra, queria vesti la! Apesar de ter já comprado uma, não queria saber! Era perfeita!

Entrei e à rapariga que pendurava vestidos no primeiro cabide depois da entrada principal da loja.

- olhe desculpe, não queria ser indelicada, mas será que podia conseguir-me todas as peças que estão no manequim da montra? - já que tinha pressa não tinha tempo para andar a ver de peça por peça.

- Claro que sim, só um momento que trago já - respondeu a empregada da loja (muito simpática!)

- O problema é que só tenho uma hora para chegar a casa, tomar banho e voltar novamente, acha que consegue trazer-me a roupa toda rápido? Por favor! - Disse desesperada.

- Pode deixar, para ser mais rápido vou tirar a roupa do manequim.

Acho que tive sorte, porque para tomar aquela decisão teria de ser ou a proprietária ou a gerente. Enquanto a roupa era retirada, outra funcionária  tentava encontrar as mesmas peças para voltar a vestir a manequim.

Deixei uma gorjeta altíssima, uns 100€, mas valeu a pena, em 5 minutos estava a caminho do metro.

Cheguei por fim a casa e não havia sinal da Amanda, supus que estivesse com o Diego  Atirei a mala e  os sacos para o sofá e fui directa para a casa de banho. Voltei novamente à sala retirar a roupa nova dos sacos, o tempo era escasso, não podia perdê-lo a passar a ferro.

A Meia maratona começou, com apenas 45 minutos para estar no estádio.

A fórmula:

45 minutos= 10m       +  12m            +      8m
                    (Duche)     (Maquilhar        (Vestir)
                  + Pentear)

                       15 MINUTOS PARA ESTAR NO ESTÁDIO!!!

Adorava o meu look, muito melhor que o primeiro!

Roupa da Leire

Estava a caminho do estádio e a cada cm que me aproximava, as borboletas do meu estômago davam sinal.

Cheguei 5 minutos antes, estava aliviada e cansada, porque do metro do Colombo ao parque de estacionamento subterrâneo num andar bastante acelerado ainda era largo. O parque de estacionamento subterrâneo era acesso reservado a todos os jogadores, directores e aqueles que estavam associados ao pessoal referente a casa clube. Não era nem um derby nem um clássico, mas era importante pois apenas estavamos a 3 pontos à frente do Porto e a pressão era enorme, logo a vitória era imprescindível. O adversário era o União de Leiria.

O Dr. João chamou-me à tal sala onde estava o equipamento de saúde. No momento em que atravessava o parque para ir ao seu encontro, os carros dos jogadores do Benfica estavam a começar a chegar.

Visivelmente nervosa e o Dr. viu isso, apenas me disse que ele estava ali e que tudo iria correr bem. Serviu para acalmar-me, pelo menos por enquanto. Ajudei-o a levar o material para a enfermaria . Seriamos os últimos a sentar nos bancos. 

Normalmente só o director do departamento se sentava no banco de suplentes, mas o Dr. queria que o fizesse também, não aceitei, não queria correr o risco de o encontrar ou sentar-me ao pé dele, não aguentaria ele a ignorar-me. 

- Desculpe mas vou ter de recusar, não quero parecer beneficiada em relação ao resto do pessoal que sempre trabalhou consigo e que se nunca teve esse privilégio. Não quero que fique chateado, mas tente compreender...

- compreendo sim, mas se mudares de ideias, está ali um assento guardado para ti - informou

- Obrigado por tudo - dei-lhe um abraço à entrada do túnel já com o apito inicial dado há mais de 5 minutos.

Fui ocupar o meu lugar ao pé do restante pessoal, sentei-me e assisti ao jogo de uma forma apática, sem reacção, não parecia a mesma.
O primeiro tempo tinha sido bastante igualado, apesar de estarmos a ganhar por 1-0, golo de livre marcado por Bruno César.

faltavam 5 minutos para o intervalo e o Dr. chamou-me para irmos para a enfermaria tratar dos relatórios clínicos  o que não seria complexo, já que não houve nenhuma intervenção.

Quando regressámos ao relvado já tinha começado, dei Graças a Deus de o Rodrigo ter entrado, porque levei a primeira parte a esconder-me. A segunda parte prometia, era um Benfica bastante ofensivo. Marcaram o 2-0/ 3-0 e até o 4-0. Aos 90 minutos +1 minuto de compensação, perto da entrada da área, falta sobre Rodrigo. (o mais provável é ser o último lance da partida). De imediato fiquei nervosa, depois de um jogo calmo não ia ser agora e muito menos com o Rodrigo.

O árbitro fez sinal para a equipa médica entrar. O Dr. Almeida apenas me disse ''Confio em ti'' e nem pensei duas vezes, entrei em campo com a cruz vermelha ver o que se passava com o Rodrigo. Tinha as mãos no rosto e assim que a enfermeira da cruz vermelha chegou ele tirou, no sobrolho tinha um pequeno ferimento.
Quando cheguei perto dele, estavam os colegas todos ao seu redor, pedi licença.. todos olhavam e enquanto me agachava, ficando nas costas dele, ouvia risos atrás de mim.

- estás bem? Tens alguma tontura, dor de cabeça? - ele responde negativamente com o dedo indicador. - Tens um pequeno golpe no sobrolho, com um pequeno curativo  e estás pronto para regressar. - Disse eu enquanto a enfermeira da cruz vermelha acabava e o ajudava a levantar.

- Tu? - foi só o que disse enquanto via o Luisão ajudar-me a levantar do relvado. 

Não disse nada, apenas abandonei o relvado.

Tu? Que falta de respeito! - pensei furiosa.






1 comentário:

  1. fantastico...

    quero mais... tou super curiosa para ver o proximo...

    continua...

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