Capítulo 63

Assim que chegámos à zona comercial a minha avó fez questão que desaparecesse-mos e nós fizemos-lhe a vontade.
A lista das prendas estava feita só faltava encontrar as lojas e as pessoas certas. Aquilo era um mundo, não era necessário ir a mais lado nenhum, por mais diversificado e exigente que fosse o presente.

Aquela actividade durou durante pouco mais de 4 horas, quando notei que tinha uma mensagem não lida no meu telemóvel.

Onde andam? a vossa avó mandou-vos fazer uns recados e já passaram 4 horas. Pensei que fossemos passar a tarde todos juntos.

Por aquela mensagem estava irritada, assim que telefonei de imediato à minha avó para exclarecer o assunto e acalmar a minha mãe.

Inicio da Ligação:

- Avó? - disse assim que o sinal de chamada parou

- sim, minha querida, algum problema?

- Nenhum, já fizémos as compras todas, mas agora recebi uma mensagem da mãe e estava irritada, podias acalmá-la?

- Claro, não te preocupes. - tranquilizou-me

- Podias pedir ao motorista que nos encontre na entrada principal? vamos directas para casa para que ninguém desconfie - pedi

- Podes deixar, eu aviso-o já

- Obrigada avó, que seria de nós sem ti? - elogiei

Tranquilizei a Camila, pois tal como eu, estava preocupada com a reacção da minha mãe e como a dela tinha a personalidade idêntica, supostamente estaria igual.
Dirigimos-nos para a entrada principal e o motorista já nos esperava, fomos directas para casa embrulhar as prendas e guardá-las debaixo das nossas camas. A única prenda que não comprei foi a da Amanda, porque seria um vale e teria tempo de fazê-lo quando voltasse a Portugal.

Poucos minutos de ter-mos escondido as prendas chegaram eles... nós apressámos- nos em descer as escadas e abraçar as nossas mães, era o ponto fraco delas e nós sabíamos isso...

- Desculpem termos vos deixado sozinhas - tentei nos desculpar

- Não faz mal, a avó explicou-me que a culpa foi dela, não tem importância - tranquilizou-nos

- Mesmo? - insisti

- Sim, filha, não te preocupes, está tudo bem...

A Jacinta já tinha perguntado se podia por a mesa para o jantar, a qual a minha avó respondeu afirmativamente. Nós subimos e fomos tomar um duche e arranjar-nos para o Jantar e para a festa que haveria a seguir. Íamos todos, uma festa chique, tinha a ver com negócios e como sairíamos todos juntos, não recusei, até porque parecia ser divertido, já que a empresa da minha família e da Camila patrocinavam uma escola de surf.

Optámos por não nos vestir para a festa, pois a roupa exigida era formal e poderia sujar-me.

Combinámos entre eu e a Camila em vestir roupa desportiva para jantar.

 

                                           Roupa da Leire                            Roupa da Camila

O Jantar era óptimo, tipicamente brasileiro, já sentia saudades daquele cheirinho.

Era feijoada, mas não tem nada a ver com a típica portuguesa, era diferente, sabia diferente. Comi tanto tanto tanto que achava que o vestido não me iria servir.

O resto da família comeu vestido de acordo com a festa, já eu e a Camila subimos as escadas a correr de modo a nos preparar-mos o mais rapidamente possível, enquanto a hora do café e do whisky era saboreada.

Em pouco mais de meia hora já baixávamos pelas escadas que nem num conto de fadas. Tenho de reconhecer que estávamos lindas e, como filhas das anfitriãs dos patrocinadores da festa só tínhamos de estar perfeitas.

Roupa da Leire

Roupa da Camila

Ficaram todos admirados, sem dúvida a elegância rondava aquela sala e o glamour estava nos genes da família.

- Uauu que lindas - uns disseram e outros admiraram.

- Não estávamos atrasados? - Disse envergonhada

- Estamos sim, já estão à nossa espera. - informou o meu pai.

Saímos e uma limosine esperava-nos à porta de casa. Precisávamos mesmo daquilo? Não contestei, mas achei exagerado.

Chegámos à entrada da festa e parecia que estava a ter um DeJaVú... fazia-me lembrar aquela maldita festa benfiquista, onde o meu maior erro aconteceu... Gonçalo Alves.