terça-feira, 12 de março de 2013

Capítulo 72

Por fim o estádio encheu e o jogo começou. A equipa estava bastante unida e organizada, o jogo fluía e só faltavam os golos. Primeira parte terminou e o marcador continuava nulo.
De repente as luzes apagam, não percebia o porquê, toda a gente assobiava, até que algo começa a ser reproduzido nos ecrãs do estádio...

Aqueles ecrãs normalmente reproduziam os adeptos no estádio, publicidade ou até mesmo vídeos com a finalidade de apoiar e incentivar a equipa, mas aquele era diferente...

Uma foto do acidente do Rodrigo em França apareceu no ecrã... aquela recordação deixava-me incómoda, desde aquele dia que sofrer por amor e em silêncio tornou-se um hábito e ainda mais quando somos ignorados.

Uma voz com sotaque brasileiro fazia-se ouvir, como de um narrador se tratasse.

'' Estágio em França, tudo indicava uma boa estância, mas um acidente atravessou-se no meu caminho enquanto passeava num jardim e armado em valente acabei por cair. Uma desconhecida me salvou, a sua rápida assistência ditou que não sofresse danos colaterais à queda.

(Aquele inicio veio confirmar o quão presente aquela história estava na minha vida, não contive as lágrimas, elas não paravam de cair e dei graças a Deus pelo estádio estar sem luz... queria saltar para dentro de campo e dizer que fui eu,..)

Desde esse dia que estou grato a essa pessoa, procurei-a e procurei-a mas quando a vi naquela discoteca em França a cobardia apoderou-se de mim e fez-me ignorá-la''

(Nem sei descrever o que senti naquele momento, era de mim que ele falava, as lágrimas continuavam em cair muito rapidamente)

Um foco iluminou a saída de uma pessoa do túnel, era um jogador, porque estava trajado como tal, sem dúvida do Benfica. O mesmo, dirigiu-se até ao meio campo, estava a narrar aquele vídeo. Uma foto minha apareceu no ecrã gigante. Se antes chorava bastante, o bastante virou pouco.
foto da Leire que apareceu no estádio

Agora haviam mais espectadores, os restantes companheiros mais o Staff do Benfica e os adversários já se encontravam junto aos seus respectivos bancos.

'' Desde que te vi que o meu coração acelera cada vez que penso em ti e sei que tu sentes o mesmo..''

Sabe que eu sinto o mesmo? como? olhei para o lado onde estava situada a Amanda e vi-a gravar aquele espectáculo todo e a rir-se para mim...

- Tens alguma coisa a ver com isto? - perguntei à Amanda

Apenas riu-se e só me saiu um ''vou-te matar''.

Com o estádio em completo silêncio, apenas se ouvia a voz do Rodrigo.

''Sei que esta mulher fantástica está entre estas 60 mil pessoas, vou dar a volta ao estádio e se alguém a viu, que grite quando eu passe, peço por favor que façam silêncio''

A minha sorte é que ele começou do lado direito do banco do Benfica contornando o estádio. Estava situada no lado esquerdo do banco do Benfica, assim seria o último local onde ele pararia  assim daria-me mais tempo para me mentalizar que ele me iria encontrar.

Apenas olhei para a Amanda e não foi preciso palavras, apenas um olhar soube decifrar o que queria dizer um ''nem penses em denunciar-me''.

Cada vez que ele dava um passo fazia disparar o meu coração... Estava a uns 10 metros de mim e a única reacção que tive foi de me agachar, não me sentia preparada, aquilo tudo tinha sido lindo, o que sempre esperei mas a minha insegurança falou mais alto, tinha sido um ''boom'' na minha vida. Quando vi o foco passar o local onde estava levantei-me. Viu visivelmente desiludido, dirigiu-se novamente ao centro do relvado.

''Estava à espera de outro final, mas fiz o que a minha cabeça e coração mandaram, estou bem comigo mesmo e, apesar de não ter encontrado a pessoa que queria, quero que saibas, estejas onde estiveres, que vou estar à tua espera''

A apenas 10 minutos do inicio da segunda parte do jogo, olhei para o lado para avisar a Amanda que iria à casa-de-banho, precisava de sair dali por um bocado, estava impactada com aquilo tudo.

Todos os jogadores começaram a gritar e a apontar na minha direcção... Chamavam ''Rodrigo Rodrigo'' uma luz focou-me, senti-me corar, aquilo não me estava a acontecer.

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